Julio Cardozo

Sem trabalho não há vida e sem vida não há trabalho

Julio Sergio de Souza Cardoso, 73 anos
Contador, Professor e Conselheiro Empresarial

Julio tem 73 anos segue a geração de seu avô, trabalhando como contador. Se formou em administração e obteve a livre docência em auditoria. Seu mundo é o mundo financeiro, o mundo contábil, o mundo corporativo. Define seu trabalho como diverso, o que dá significado, dignidade, ocupação e sentido para sua vida. Diz que a vida sem trabalho é uma vida sem realização. “Sem trabalho, não há vida e sem vida, não há trabalho”, completa.

 

Quando terminou sua vida coorporativa e atingiu sua idade de ouro, se deparou com a pergunta: “o que eu vou fazer? Tenho saúde, tenho recursos financeiros suficiente, tenho tempo, vou ficar em casa conferindo a data de validade de medicamentos e alimentos enlatados? Não, eu preciso fazer alguma coisa”. Além da sensação de querer continuar em movimento, Julio também acredita que, assim como seu avô, está construindo um legado para as futuras gerações de sua família. Além da ocupação, Julio também encontra no trabalho a motivação de sair de casa, encontra a realização e acha ficar em casa um “saco”!

 

A principal questão de escolher uma profissão, para Julio, é você sentir-se bem com ela. É um desafio! Não importa se é uma ocupação complicada, que precisa de conhecimentos científicos ou uma habilidade manual, o importante, em sua visão, é que aquilo seja algo agradável e que a pessoa goste, pois será boa parte de sua vida, 30, 40 anos de dedicação e é importante sentir prazer nisso. Comenta que a pior coisa do mundo é sair de casa desmotivado, não gostar do que faz, então é importante ter prazer. Assim, será possível alcançar duas coisas importantes para Julio: a primeira, que é ter sucesso na vida profissional, fazendo o que gosta, e a segunda, que é ter felicidade extrema.

“Pode ser que esteja na hora de você realizar um desejo antigo que por qualquer razão você não conseguiu fazer”.

Para Julio, há muitas pessoas que param de trabalhar e o principal motivo é por não gostarem de seus trabalhos, por se sentirem infelizes. Explica que essas pessoas podem ter perdido a motivação na vida. E o segredo está em tentar algo novo, “Pode ser que esteja na hora de realizarem um desejo antigo que por qualquer razão não conseguiram fazer”, que antes não foi possível. “Agora chegou a hora de fazer!”, diz Julio. Ele acha que o ser humano não foi feito para se aposentar e que existem diversas fases em uma carreira. Costuma dizer que a vida das pessoas é dividida em três fases: a primeira, é a fase da conquista, em que se está começando a vida profissional. A segunda é a fase da consolidação, onde você irá usufruir de tudo aquilo que foi conquistado na primeira fase. E, por fim, a terceira fase, que ele chama de “fase gloriosa”, ou “fase de ouro”, em que as pessoas têm a possibilidade de dizer não. A palavra “não” é importante para Julio porque é onde ele tem autonomia e liberdade para decidir tudo em sua vida, escolher o que quer e o que não quer fazer.

 

Julio aconselha o esquecimento da palavra “aposentadoria”; diz que existe o pós-carreira e que se deve descobrir o que fazer neste momento. O que irá proporcionar prazer. Mas, antes, é ainda mais importante cuidar da saúde, que é um bem inalienável. E também, tão importante quanto a saúde, cuidar do dinheiro. De acordo com Julio, é uma falácia dizer que, ao se aposentar, os custos diminuem, na realidade é o oposto! E é na fase produtiva que Julio recomenda estes cuidados, e até mesmo cita a bíblia: “crescei e multiplicai-vos”. Diz que a velhice é uma certeza e que ela não é muito boa, caso não se preparem para este momento. Aos jovens, ele pede para ser escutado, pois tem mais experiência e já aprendeu com os erros que cometeu. Agora, está na hora de ensinar. Para Julio, é um absurdo que algumas pessoas pensem que os idosos são chatos, inúteis, estorvos; na verdade, são a melhor consultoria que existe. A consultoria de alguém experiente.

 

Julio cita um filósofo inglês já falecido no século passado, Aarnon Toibet, que afirmava que esquecer a história é errado, e deve-se consultá-la antes de tomar decisões importante. Por isso, aconselha as pessoas que consultem seus pais, tios, e sobretudo, seus avós, pois eles terão conselhos ótimos. Ele aconselha aos jovens que tem o mundo inteiro pela frente a terem calma, pois sempre existirão incógnitas. É impossível saber do futuro e, ao experimentar olhar para o passado, é possível encontrar respostas.

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