Lúcia Camacho

Aprender é uma diversão. Trabalhar é o sentido a vida.

Maria Lúcia Sanches Camacho, 62 anos
Artesã e advogada

Seu nome é Maria Lúcia Sanches Camacho. Já foi bancária, estudou Direito e tornou-se advogada, mas se encontrou no artesanato. Em meio a pastilhas de mosaico e tecido, nos recebeu com aquele sorriso que apenas as pessoas acolhedoras têm.

 

Nos contou que o sonho de sua mãe era ver a filha formada, e esta foi a maior motivação para fazer a faculdade, “com muito rigor”, menciona Lúcia, embora reconheça que o Direito é muito importante na vida das pessoas. Trabalhou um tempo com Direito, mas descobriu que tinha habilidades para o artesando, que até então desconhecia, e que lhe davam mais prazer.

 

Para ela, trabalhar significa fazer alguma coisa diferente, por exemplo, juntar tecidos lisos e confeccionar um objeto. É a criatividade colocada em prática, quase sem precisar seguir regras como se segue em bancos e no Direito.

 

Lúcia argumenta que o trabalho é tudo, que é o sentido da vida e está relacionado com “ser útil para alguém”. Ela diz que não concorda em ficar em casa sem fazer nada, dizendo que não precisa ganhar dinheiro. Para ela, esta posição não existe, não vai parar de trabalhar tão cedo, afirma.

 

Fazer artesanato para Lúcia é a hora em que se desliga, foca no trabalho e pensa que está fazendo uma peça para alguém, uma peça que terá utilidade. Muitas vezes, ela pensa na pessoa que encomendou a peça, como esta pessoa irá utilizar aquilo que ela está fazendo. Para ela, esta é a chave de uma vida bonita e prazerosa: servir alguém, afinal estamos no mundo para servir uns aos outros. Se alegra quando vê uma pessoa usando aquilo que ela faz.

“Nunca pense que você não vai ser capaz. Procure alguma coisa que goste e faça com afinco, vá fundo”.

Assim que se aposentou, começou a fazer mosaico e depois o patchwork entrou em sua vida, e descobriu que isto é o que realmente gosta de fazer. É o artesanato que a faz pensar para criar, segundo ela. A junção dos tecidos lhe dá muitas possibilidades, por exemplo, criar algo diferente: uma bolsa ou uma almofada. Para ela, a satisfação está em ver os produtos prontos.

 

Para, olha pra cima e diz que um dos seus propósitos é juntar pedacinhos. É um estímulo poder juntar palavras e regras no Direito, juntar pequenos pedaços de azulejo e pastilhas no mosaico e pedacinhos de tecidos no patchwork.

 

“A pessoa tem que se aposentar, mas não parar de trabalhar”, menciona Lúcia, “não parar de criar”. Diz que receber seu benefício é diferente de parar, de ficar em um aposento. O fato de ter o tempo a seu favor possibilita continuar fazendo coisas que lhe dão prazer.

 

Deixa um recado para as pessoas que já se aposentaram: “busquem alguma coisa que lhes dê prazer em fazer, neste momento. Desligue-se do mundo. Pode ser algo que você já tenha estudado ou então alguma coisa que você aprenda, porque aprender é uma diversão. Descubram habilidades novas”.

 

E para os jovens: “procurem sempre fazer o que gostam. Nunca pense que você não vai ser capaz ou não vai conseguir. Procure alguma coisa que goste e faça com afinco, vá fundo. É isso”.

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